terça-feira, maio 31, 2005

BRAVURA é...

A verdadeira bravura está em chegar a casa bêbado de madrugada, ser recebido pela mulher de vassoura na mão e ainda ter "lata" para perguntar:
- Ouve lá, vais varrer ou vais voar?

OUTONO EM LISBOA




OUTONO EM LISBOA


Corriam palavras outonais,
laranjas voando leves
na aragem gélida.
Queria um café quente,
desesperadamente quente.
Uma sala cheia de gente e fumo,
com cheiro a lareira
e bater de copos
num balcão.
Queimar-me num sopro
dentro de uma chávena de café.
Acender um cigarro e perder-me
em memórias simples.
Um piano.
Uma voz rouca dilui-se em lembranças
de cenas
que jamais existiram.
Que tosse estúpida!
Tenho de deixar de fumar,
vagamente...
Aquele fulano ali parece...
Esquecera-me
que tinha morrido dois anos atrás.
Será que resolveu mostrar-se...
assim?!
Apenas um efeito de
sombra-luz.
Numa tarde chuvosa em Lisboa.

terça-feira, maio 24, 2005

TEXAS NÃO É SÓ ISTO !!!!!!!

Repassando descaradamente o email de um bom amigo :)

Ainda agora eu ria sozinho ao ver a notícia do assalto à CGD em Valpaços.... Nós somos um país único.... Os 3 encapuçados que, segundo uma jovem testemunha ocular entraram a sorrir (?) na Agència, fugiram com todo o dinheiro, pararam mais tarde para tomar um café onde foram descobertos pela GNR. Houve uma troca de tiros, que foi registada em vídeo, mas dois conseguiram fugir a toda a velocidade num dos carros da GNR (!!), pois a chave estava na ignição e o motor a trabalhar.....

Ouvido o Oficial de Dia ao Batalhão da GNR pela RTP ele, clara e diligentemente, explicou todas as acções que estavam a ser levadas a cabo para prender os assaltantes no que respeita a barreiras ou não na estrada, a forma de lhes seguir os movimentos, etc.... Espero que os dois assaltantes não estejam a tomar outro café e a ouvir estas detalhadas explicações. E o Oficial de Dia termina com uma mensagem de esperança...."não julga ir ser possível capturá-los..."

domingo, maio 22, 2005

Esquadra da PSP em S. Domingos de Rana

A Esquadra no quintal
a apanhar laranjinhas
para o Dia de Natal.


Vou ver se tiro uma foto... é mesmo no quintal que ela está, num anexo ao fundo de quintal::)))
Uma delícia!!!

quinta-feira, maio 19, 2005

SER SÁBIO

(...)
Gostaria também de ser sábio.
O que é sábio está nos velhos livros:
Afastar-me da briga do mundo e passar
Sem medo a curta temporada
Sobreviver sem violência
Pagar o mal com o bem
Não realizar os desejos, mas esquecê-los
É tido por sábio.
Nada disso eu posso:
Realmente, vivo em tempos sombrios!
(...)

Bertolt Brecht (1898-1956) Trad.: Modesto Carone

quarta-feira, maio 18, 2005

APATIA



Sempe me gabei de que monotonia não era comigo nem com alguém que estivesse comigo, nomeadamente a minha família, porém, essa rede invisível caçou-me.
Não sei como me libertar.
Não sei.
Não.

terça-feira, maio 10, 2005

A violência doméstica mata mais mulheres do que o cancro !

A violência doméstica mata mais mulheres do que o cancro !

Para assinalar o Dia Internacional Contra a Violência Contra as Mulheres, a 25 de Novembro, a APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima) está a veicular uma campanha de sensibilização para esta incontornável questão social.
Desenvolvida pela J. Walter Thompson, a campanha é composta por um anúncio de TV, um spot de rádio, peças de imprensa, postais e banners, cujo conceito assenta na perspectiva da mulher vítima de violência doméstica.
Desde a sua fundação em 1990, a APAV tem vindo a desenvolver um notável trabalho no apoio a milhares de vítimas de crimes e respectivas famílias. Mas muitas vezes, não chega a tempo de evitar o pior: todos os meses morrem em Portugal acerca de 5 mulheres à mãos dos que lhes são mais próximos.
É incrível, mas em pleno século XXI ainda existem muitas pessoas que agem como se vivessem na Idade Média. A violência doméstica entre os cônjuges é muito mais comum do que se imagina. E não escolhe cor, faixa etária ou estrato social.
Na Europa, 1 em cada 5 mulheres, pelo menos uma vez na vida, é vítima de agressões dentro de casa.
Em Portugal, mais de 10.000 mulheres por ano queixam-se à polícia ou aos centros de apoio e todos os meses, pelo menos 5 são vítimas fatais.
Ao contrário do que se pensa, a agressão física não é a única forma de violência. Muitas mulheres são intimidadas, ameaçadas, sofrem privação economica, além de agressões psicológicas e sexuais. E uma vez que a violência começa, tende a piorar e a tornar-se cada vez mais frequente e destrutiva.
Muitas vítimas não denunciam por vergonha, mas a maioria tem medo. O que muitos não sabem é que a violência doméstica agora é crime público, por isso não é necessário que seja a própria vítima a fazer a denúncia.
Qualquer um que tenha conhecimento de uma situação, dentro ou fora da família, também pode e deve denunciar.

segunda-feira, maio 09, 2005

CARLOTA

A um espirito superior - Zita Duarte - que nos deixou há uns anos mas que continua a morar na nossa família.
Que nos deixou em herança uma gata - a Carlota.



CARLOTA

Gata curiosa,
tigrada de tons mistério,
brindas a vidas passadas
ao mirares-me de raspão.
Decidiu, serena,
ficar comigo.
A casa encheu-se de silêncios
cautelosos,
cortados aqui e ali
por sons roucos de prazer.
Eu a chamei de
Carlota.

sábado, maio 07, 2005

OS PUTOS É QUE PERCEBEM DISTO ::)))

Artigo redigido por uma miúda de 7 anos e publicado no Jornal do Cartaxo há uns tempos:

"Uma Avó é uma mulher que não tem filhos, por isso gosta dos filhos dos outros.
As Avós não têm nada para fazer, é só estarem ali.
Quando nos levam a passear, andam devagar e não pisam as flores bonitas nem as lagartas. Nunca dizem "Despacha-te!".
Normalmente são gordas, mas mesmo assim conseguem apertar-nos os sapatos.
Sabem sempre que a gente quer mais uma fatia de bolo ou uma fatia maior.
As Avós usam óculos e às vezes até conseguem tirar os dentes.
Quando nos contam histórias, nunca saltam bocados e nunca se importam de contar a mesma história várias vezes.
As Avós são as únicas pessoas grandes que têm sempre tempo.
Não são tão fracas como dizem, apesar de morreram mais vezes do que nós.
Toda a gente deve fazer o possível por ter uma Avó, sobretudo se não tiver televisão."

Uma perfeita delícia::))

quinta-feira, maio 05, 2005

Viver Não Dói


Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas
e não se cumpriram.

Por que sofremos tanto por amor?

O certo seria a gente não sofrer,
apenas agradecer por termos conhecido
uma pessoa tão bacana,
que gerou em nós um sentimento intenso
e que nos fez companhia por um tempo razoável,
um tempo feliz.

Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer
pelas nossas projeções irrealizadas,
por todas as cidades que gostaríamos
de ter conhecido ao lado do nosso amor
e não conhecemos,
por todos os filhos que
gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,
por todos os shows e livros e silêncios
que gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados,
pela eternidade.

Sofremos não porque
nosso trabalho é desgastante e paga pouco,
mas por todas as horas livres
que deixamos de ter para ir ao cinema,
para conversar com um amigo,
para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe
é impaciente conosco,
mas por todos os momentos em que
poderíamos estar confidenciando a ela
nossas mais profundas angústias
se ela estivesse interessada
em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu,
mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos,
mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós,
impedindo assim que mil aventuras
nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e
nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido?

A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!

A cada dia que vivo,
mais me convenço de que o
desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-se do sofrimento,
perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional.

Carlos Drummond de Andrade

INCONGRUENCIA




eu que odeio ilhas, acho que me encarrapitei numa, lá longe...

terça-feira, maio 03, 2005

Gente Que Salva




Patrão Lopes - Ao longo de uma vida de grande coragem, este olhanense radicado em Paço de Arcos socorreu mais de 53 navios e salvou mais de 300 vidas.




Aristides de Sousa Mendes - Desobedecendo a ordens superiores, o cônsul português em Bordéus salvou 30.000 judeus em 1940.

domingo, maio 01, 2005

TRAIÇÃO

É tão fabuloso quando se confia em alguém e se leva uma facada... assim, de mansinho, de sorriso simpático e palmadinha nas costas.
O meu professor de karatê ensinava-nos a atacar de sorriso nos lábios e ar angelical.
Ele sabia muito...
Que pena alguns de nós não termos aprendido::))
Eu não aprendi e acho que já passei a idade de interiorizar o ÓSCAR de melhor actriz do ano.
Ou será que não?