terça-feira, julho 21, 2009
sexta-feira, julho 17, 2009
sexta-feira, julho 10, 2009
MARIA CLARINDA
Uma Amiga a quem eu "maltrato" porque me esqueço de por o seu nome nas fotos que aqui publico... ai Clarinda que cabeça chôcha da tua amiga Maria de São Pedro ...
DESCULPAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA...
A foto abaixo é dela.
xi
maria
DESCULPAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA...
A foto abaixo é dela.
xi
maria
quinta-feira, julho 09, 2009
ao mexer nuns papeis velhos encontrei este poema que me acompanhou durante mais de 50 anos, no meio dos meus poemas.
Procurei no Google o nome do autor e descobri-o ao 1º email.
Ele recupera um poema antigoe, eu venho a conhecer o autor de um poema que sempre me deixou arrepiada.
Sinto-me muito honrada, EURICO FERRAZ.
PRÉDICA
- Camaradas!
(e a voz atraía multidões...)
Hoje não falarei de fome,
Nem de dores, misérias, aflições,
Nem de violências sem nome,
Nem de sexo, nem do caos
Dos problemas sociais!
Hoje não vos falarei de guerras
- Viets, Banglas, Laos,
Já não são mais
que nomes de terras banais,
Que a gente lê sem emoção
Diariamente nos jornais!
Hoje não vos falarei de raptos,
De injustiças, de mentiras,
Nem de ódios, nem de iras;
Nem sequer vos falarei de Paz
- esse pretexto inventado
Para ser quebrado
Quando aos homens apraz
E iniciar crianças
Nas mil e uma maneiras
De cozinhar matanças!
Não vos falarei de Liberdade
- esse facho que incendeia
Almas e corações,
Que tantos fogos ateia,
Que tantos corpos consome!
(que o digam as multidões
Daqueles que, em seu nome,
Apodrecem nas prisões…).
- Camaradas!
De alma lavada e coração aberto
Vou falar-vos de Amor,
Bom senso e Tolerância!
Escutai-me!
……………………………….................
(e a voz pregava no deserto…)
Eurico Ferraz
Procurei no Google o nome do autor e descobri-o ao 1º email.
Ele recupera um poema antigoe, eu venho a conhecer o autor de um poema que sempre me deixou arrepiada.
Sinto-me muito honrada, EURICO FERRAZ.
PRÉDICA
- Camaradas!
(e a voz atraía multidões...)
Hoje não falarei de fome,
Nem de dores, misérias, aflições,
Nem de violências sem nome,
Nem de sexo, nem do caos
Dos problemas sociais!
Hoje não vos falarei de guerras
- Viets, Banglas, Laos,
Já não são mais
que nomes de terras banais,
Que a gente lê sem emoção
Diariamente nos jornais!
Hoje não vos falarei de raptos,
De injustiças, de mentiras,
Nem de ódios, nem de iras;
Nem sequer vos falarei de Paz
- esse pretexto inventado
Para ser quebrado
Quando aos homens apraz
E iniciar crianças
Nas mil e uma maneiras
De cozinhar matanças!
Não vos falarei de Liberdade
- esse facho que incendeia
Almas e corações,
Que tantos fogos ateia,
Que tantos corpos consome!
(que o digam as multidões
Daqueles que, em seu nome,
Apodrecem nas prisões…).
- Camaradas!
De alma lavada e coração aberto
Vou falar-vos de Amor,
Bom senso e Tolerância!
Escutai-me!
……………………………….................
(e a voz pregava no deserto…)
Eurico Ferraz
sexta-feira, julho 03, 2009
Os Treze Anos
(Cantilena)
Já tenho treze anos,
que os fiz por Janeiro:
madrinha, casai-me
com Pedro Gaiteiro.
Já sou mulherzinha;
já trago sombreiro,
já bailo ao Domingo
com as mais no terreiro.
Já não sou Anita,
como era primeiro;
sou a Senhora Ana,
que mora no outeiro.
Nos serões já canto,
nas feiras já feiro,
já não me dá beijos
qualquer passageiro.
Quando levo as patas,
e as deito ao ribeiro,
olho tudo à roda,
de cima do outeiro.
E só se não vejo
ninguém pelo arneiro,
me banho co’as patas
Ao pé do salgueiro.
Miro-me nas águas,
rostinho trigueiro,
que mata de amores
a muito vaqueiro.
Miro-me, olhos pretos
e um riso fagueiro,
que diz a cantiga
que são cativeiro.
Em tudo, madrinha,
já por derradeiro
me vejo mui outra
da que era primeiro.
O meu gibão largo
de arminho e cordeiro,
já o dei à neta
do Brás cabaneiro,
dizendo-lhe: "Toma
gibão domingueiro,
de ilhoses de prata,
de arminho e cordeiro.
"A mim já me aperta,
e a ti te é laceiro;
tu brincas co’as outras
e eu danço em terreiro."
Já sou mulherzinha;
já trago sombreiro,
já tenho treze anos,
que os fiz por Janeiro.
Já não sou Anita,
sou a Ana do outeiro;
madrinha, casai-me
com Pedro Gaiteiro.
Não quero o sargento,
que é muito guerreiro,
de barbas mui feras
e olhar sobranceiro.
O mineiro é velho;
não quero o mineiro:
Mais valem treze anos
que todo o dinheiro.
Tão-pouco me agrado
do pobre moleiro,
que vive na azenha
como um prisioneiro.
Marido pretendo
de humor galhofeiro,
que viva por festas,
que brilhe em terreiro;
Que em ele assomando
co’o tamborileiro,
logo se alvorote
o lugar inteiro.
Que todos acorram
por vê-lo primeiro,
e todas perguntem
se ainda é solteiro.
E eu sempre com ele,
romeira e romeiro,
vivendo de bodas,
bailando ao pandeiro.
Ai, vida de gostos!
ai, céu verdadeiro!
ai, Páscoa florida,
que dura ano inteiro!
Da parte, madrinha,
de Deus vos requeiro:
Casai-me hoje mesmo
com Pedro Gaiteiro.
António Feliciano de Castilho
foto de Clarinda Galante
enviado pelo meu Lobo Serrano