Prémio - Colectivo de Juizes com Tomates
O Tribunal de S. João Novo, no Porto, absolveu hoje uma sexagenária que matou o marido depois de ter sido vítima de maus tratos durante quatro décadas, numa decisão saudada com palmas pelas pessoas que assistiam à leitura da sentença.
Na leitura da sentença, o juiz-presidente do colectivo da 4ª Vara de S. João Novo, João Grilo, considerou que a mulher, Maria Clementina, agiu em legítima defesa e que evitou tornar-se em mais uma vítima de violência doméstica.
O magistrado disse que este ano já morreram em Portugal 39 mulheres vítimas de violência doméstica e considerou que Maria Clementina poderia ter sido mais uma.
No final da leitura do acórdão, a arguida disse esperar que a sentença aplicada ao seu caso seja "um exemplo".
Acrescentou que não poderia ter denunciado os maus tratos que sofria, "senão era pior".
Na leitura da sentença, o juiz-presidente do colectivo da 4ª Vara de S. João Novo, João Grilo, considerou que a mulher, Maria Clementina, agiu em legítima defesa e que evitou tornar-se em mais uma vítima de violência doméstica.
O magistrado disse que este ano já morreram em Portugal 39 mulheres vítimas de violência doméstica e considerou que Maria Clementina poderia ter sido mais uma.
No final da leitura do acórdão, a arguida disse esperar que a sentença aplicada ao seu caso seja "um exemplo".
Acrescentou que não poderia ter denunciado os maus tratos que sofria, "senão era pior".
8 Uivos:
Nem mais!! Também falei do caso no meu http://merdaaosmontes.blogspot.com. Beijinhos.
Tenho, talvez por deformação profissional, algum medo destes acórdãos. Se sofreu maus-tratos durante quarenta anos porque nunca se queixou? Porque não abandonou o Lar? Estas são algumas das dúvidas que me assaltam, mas, claro está, sem ler o acórdão não me pronunciarei.
Estranho e fico boquiaberto é como é que há mulheres que sofrem durante tanto tempo e ainda ficam esse mesmo tempo debaixo do mesmo tecto com o agressor.
Enfim, lá terão os seus medos e as suas razões.
Não nos esqueçamos que uma em cada quatro mulheres que lê o teu blogue já sofreu maus-tratos físicos e três em cada quatro já os sofreu maus-tratos físicos e psicológicos, pelo menos uma vez. São as estatísticas.
Bom feriado.
Absolvida pelo acórdão é pouco. Essa mulher de sessenta e poucos anos devia é ser condecorada com a medalha da Ordem de Cristo, pelo Presidente da República!
Um abraço
Pepe.
Totalmente de acuerdo
Es importante tomar decisiones en este tema tan crucial.
Besos
DEsculpa, Maria, dirigir-me no teu espaço a um leitor do mesmo. Mas parece-me que as suas perguntas, Sr Manel do Montado, não fazem sentido. Aliás, o próprio sr as rebate poucas linhas abx: "Enfim, lá terão os seus medos e as suas razões". Então, não vale apena perguntar porque aguentaram e porque ficaram? Ou parece-lhe q as pessoas levam porrada - nas várias acepções do termo - porque querem? Ou, como dizem certos energúmenos que por aí andam, porque gostam? Esta, pelos vistos, gostava tanto, que teve os tomates de cortar o mal pela raiz. Literalmente, segundo sei.
Felizmente cada vez há mais mulheres que rompem com o tal "pacto de silêncio" - que dura há gerações e gerações. Cada vez há mais mulheres que podem fazê-lo. Que ousam fazê-lo. A bem, muitas. Ou como tiver de ser, como foi o caso.
A Violência doméstica é violência doméstica
E, mais tarde ou mais cedo tem sempre um ponto...FINAL.
Ou acaba com a vitima de violência morta.
Ou estropiada.
Ou acaba com o agressor a meaçado por uma pena de prisão.
Ou acaba assim.
Com legitima defesa
Não li o acórdão mas deve ter sido algo do género.
Lembrou-me uma mulher que depois de ter sido condenada em 16 anos de prisão num caso semelhante, porque era maltratada, violada, ela e a filha, batido o filho, para além do "trival" seduziu o monstro que viveu com ela MUITOS ANOS e, qdo o apanhou a dormir matou-o.
Ainda hoje eu , que fiz parte do colectivo, me arrepio qdo oiço aos ouvidos as palavras dela no final da leitura do acórdão.
- Hoje voltaria a fazer o mesmo!
Acredito.
Calamity Jane
pois é... continua a não haver noção da realidade.
Do medo instalado, da chantagem e ameaças de morte sobre as mulheres e filhos (isso é o suficiente para as amarrar), da vergonha.
Porque é que se retira da vitima de casa, os filhos e se vai escondê-los nos Abrigos???
porque diabo não se começa por prender o agressor?
Isto continua a não fazer quaqlquer sentido!!!
Somos um país de homens.
Um país onde os homens fazem as leis.
E compreendem estas coisas..porque..porque...talvez porque pensam que já fizeram o mesmo.
É por isso que os crimes contra a liberdade de determinação sexual por exemplo, são punidos com pena inferior aum crime de roubo ou de furto.
É por isso.
A propriedade ainda continua a ser mais importante que a personalidade.
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