VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Recebi às seis da manhã, um telefonema da Alemanha em que a minha filha pedia para eu falar com uma amiga italiana que acabara de se refugiar em sua casa depois de estar à beira de ser morta (estrangulada)pelo marido.
Quando escrevi o meu livro SENHORES DO MEDO, aprendi muita coisa.
Algumas que eu considero que podem fazer a diferença entre a vida e a morte.
- As brigas e agressões têm dois lugares da casa onde começam e se tornam mais violentas - a cozinha e a casa de banho. É também o local onde se pode encontrar mais armas casuais à mão e onde as quedas são sempre mais agravadas.
- Quando uma discussão estala, a vítima deve sempre não dar resposta e tentar aproximar-se de uma saída da casa e fugir para a escada ou rua.
- Se houver filhos tentar sempre ensiná-los a saber fugir enquanto não tiver coragem de acaber com essa situação.
- E GRITAR SEMPRE!!!!
- Ter as chaves do carro sempre à mão ou um duplicado em casa de alguém perto.
- Ter duplicados dos seus documentos em casa de alguém.
- E sobretudo não ter vergonha. Quem tem que a ter não é a vítima mas sim o agressor. SEMPRE.
Na Alemanha, como cá, como no mundo inteiro a Violência Doméstica existe em pleno século XXI.
Acho que vou beber um chá bem doce porque a minha boca ficou muito amarga.
A alma, essa tem de se recompor.
Quando escrevi o meu livro SENHORES DO MEDO, aprendi muita coisa.
Algumas que eu considero que podem fazer a diferença entre a vida e a morte.
- As brigas e agressões têm dois lugares da casa onde começam e se tornam mais violentas - a cozinha e a casa de banho. É também o local onde se pode encontrar mais armas casuais à mão e onde as quedas são sempre mais agravadas.
- Quando uma discussão estala, a vítima deve sempre não dar resposta e tentar aproximar-se de uma saída da casa e fugir para a escada ou rua.
- Se houver filhos tentar sempre ensiná-los a saber fugir enquanto não tiver coragem de acaber com essa situação.
- E GRITAR SEMPRE!!!!
- Ter as chaves do carro sempre à mão ou um duplicado em casa de alguém perto.
- Ter duplicados dos seus documentos em casa de alguém.
- E sobretudo não ter vergonha. Quem tem que a ter não é a vítima mas sim o agressor. SEMPRE.
Na Alemanha, como cá, como no mundo inteiro a Violência Doméstica existe em pleno século XXI.
Acho que vou beber um chá bem doce porque a minha boca ficou muito amarga.
A alma, essa tem de se recompor.
15 Uivos:
Maria olá,
Li o teu livro ontem à noite e em cada depoimento revi situações que fizeram parte da minha vida de 17 anos de horror. Também casei com 18 anos, vivi sempre longe da família até 1973, e, ingenuamente pensei que só eu podia viver num terror assim e ser tão infeliz.
Fiz com esta leitura, que adorei, uma verdadeira regressão à minha juventude levada pela mão da tua escrita.
Mais palavras para quê? O tal abraço de "urso" da amiga que te admira,
E.
Medo ao jantar
Numa altura em que se assiste a uma perigosa vulgarização de todas as formas de violência, lançar um livro em que são descritos episódios que são verdadeiros hinos à desumanidade, pode parecer somente mais um capítulo da inefável tragédia que é a vida moderna. Hoje, a violência tornou-se novela e é consumida enquanto tal. Histórias horríveis como as que são descritas em SENHORES DO MEDO são alegremente digeridas pela família em frente à televisão, à hora do jantar. Notícias em que o espancamento, a tortura e o medo reinam, transformaram-se nas "Gabrielas" ou nas "Vilas Faias" da pós-modernidade. A época da "fast-food" convive agora amenamente com um tempo de "fast-violence". Perante este estado de coisas, o que fazer? Maria de São Pedro dá a resposta. A sua. E a sua resposta é um grito. De revolta, mas também de esperança. Dando voz a vinte mulheres torturadas pela vida, a autora insiste em não calar. Em resistir e em tornar únicas histórias de violência que, mais do que um rápido e quase assassino consumo, merecem ser consideradas um convite à reflexão sobre o ponto em que o Homem - a Sociedade - se encontra.
F.ESTEVES
Obrigada pelo seu livro e, neste particular momento, pelo seu post.
Pelas mulheres, muitas, que ainda sofrem, caladas.
Minha amiga, não tive ainda o privilégio de ler o seu livro.
No entanto gostaria. Apenas tenho de saber de que livro se trata.
Enquanto os homens e as mulheres agressores/as não entenderem que enquanto forem carrascos, serão também prisioneiros/as, nunca teremos uma sociedade justa.
Abomino a violência.
Um abraço.
P.S. Grato pela vista ao "VBeiras"
Acabei de ver a minha entrevista e estou satisfeita com o que vi e ouvi.
Não se trata de vaidade mas sensação de dever cumprido embora isto não passe de um grão de areia, na realidade. O meu último livro é sobre violência Doméstica e chama-se SENHORES DO MEDO.
Obrigado pelas vossas palavras
xi
maria de são pedro
às vezes tenho vergonha de pertencer à classe masculina mas...caramba mulheres...larguem-nosda mão e exponham-nos...mas atenção...há riscos a evitar!
É mesmo uma grande vergonha, há tanta vergonha na humanidade, sobretudo a vergonha de ainda não ter resolvido problemas que à primeira vista seriam tão fáceis de resolver: no que é que estamos a falhar? É uma questão em que penso diariamente e cuja a primeira resposta que me vem à mente é: em tudo!
Beijinhos
Analizando a frio e a seco:
- A mediocridade impera.
- Quem é diferente... é banido.
- A selvajaria é a mesma desde o principio dos tempos.
- Definitivamente a humanidade não evoluiu a ponta dum corno.
Olá Maria, gostei muito do teu blog.
Onde encontro o teu livro?
Kiss
olá MIN
acho que em qualquer FNAC... ou no editor mas encontrei um site que aqui vai ::))
http://novoslivros.mediabooks.pt/pesquisa/result_pesq.jsp
xi
maria
Conforme me tinha dito, sentei-me à hora marcada em frente á TV, eram 18h20 tive que ir buscar o meu filho e ainda não tinhas aparecido. Espero que tenhas gravado :)
Beijos
xiuuuuuuuuuuuu, foi o que se conseguiu arranjar, espero que gostes ;))
Beijo
Todos os alertas e conselhos são poucos quando estas coisas surgem... é sempre bom ter Amigos como a sua filha, que logo comunicam a mais alguem e esse alguem a outros alguéns e são esse tipo de coisas que se devem espalhar aproveitando todos os meios ao nosso dispor.
Um beijo meu
João
a entrevista atrasou por causa das greves ::((
Fiquei verdadeiramente emocionada com o seu livro. Os relatos são assustadores e as marcas que deixam devem ser eternas. Muitos parabéns pelo livro.
E força para todas as mulheres que vivem ou viveram tamanha atrocidade.
Tânia
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