terça-feira, setembro 06, 2005

PAGANINI



ERA UMA VEZ um grande violinista chamado PAGANINI.

Alguns diziam que ele era muito estranho.
Outros, que era sobrenatural.
As notas mágicas que saiam de seu violino tinham um som diferente, por isso ninguém queria perder a oportunidade de ver seu espetáculo.
Numa certa noite, o palco de um auditório repleto de admiradores estava preparado para recebê-lo.
A orquestra entrou e foi aplaudida.
O maestro foi ovacionado.
Mas quando a figura de Paganini surgiu, triunfante, o público delirou. Paganini coloca seu violino no ombro e o que se assiste a seguir é indescritível.
Breves e semibreves, fusas e semifusas, colcheias e semicolcheias parecem ter asas e voar com o toque daqueles dedos encantados.

De repente, um som estranho interrompe o devaneio da platéia.
Uma das cordas do violino de Paganini arrebenta.
O maestro parou.
A orquestra parou.
O público parou.

Mas Paganini não parou. Olhando para sua partitura, ele continua a tirar sons deliciosos de um violino com problemas.
O maestro e a orquestra, empolgados, voltam a tocar.

Mal o público se acalmou quando, de repente, um outro som pertubador derruba a atenção dos assistentes.
Uma outra corda do violino de Paganini se rompe.
O maestro parou de novo.
A orquestra parou de novo

Paganini não parou.
Como se nada houvesse acontecido, ele esqueceu as dificuldades e avançou tirando sons do impossível.
O maestro e a orquestra, impressionados, voltam a tocar.

Mas o público não poderia imaginar o que iria acontecer a seguir.
Todas as pessoas, pasmas, gritaram um OOHHH!
Que ecoou pela abobadilha daquele auditório.
Uma terceira corda do violino de Paganini se quebrara.
O maestro pára.
A orquestra pára.
A respiração do público pára.

Mas Paganini não pára.
Como se fosse um contorcionista musical, ele tira todos os sons da única corda que sobrara daquele violino destruído.
Nenhuma nota foi esquecida.
O maestro, empolgado, se anima.
A orquestra se motiva.
O público parte do silêncio para a euforia,
da inércia para o delírio. Paganini atinge a glória.
Seu nome corre através do tempo.

Ele não é apenas um violinista genial.
É o símbolo do profissional que continua diante do impossível.


Paganini,Niccolò (1782-1840)
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MORAL DA HISTÓRIA:

Quando tudo parece ruir, dê uma chance a você mesmo e vá em frente. Desperte o Paganini que existe dentro de você: avance para vencer !
Vitória é a arte de continuar, onde os outros resolvem parar.

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5 Uivos:

Blogger aDesenhar uivou...

como gosto do som do violino, já tive a oportunidade de ouvir parte da obra de paganini. Fechamos os olhos e como que por magia, somos levados pelos acordes que brotam sem parar e de repente, alguém nos dá uma palmadinha amiga no ombro e nos diz :):
o concerto já acabou à cinco minutos...
façam o teste :) não se arrependem :)

:)

11:50 da manhã  
Blogger batista filho uivou...

cheguei há pouco
seguindo o uivo
de um lobo.
não tenho pressa
há muito por descobrir...

1:37 da tarde  
Blogger LUA DE LOBOS uivou...

também tu??!!!

2:06 da tarde  
Blogger LUA DE LOBOS uivou...

também tu??!!!

2:06 da tarde  
Blogger José Gomes da Silva uivou...

Sabias que alguns peritos consideram o Paganini um compositor mais circense do que criativo? Estes rótulos.....desculpa, fui outra vez vomitar, derivam da doença chamada "peritonite não intestinal". Ou seja, não se situa no apêndice nem deriva da sua inflamação. É mais do foro psiquiátrico. Dá a quem se julga perito em qualquer coisa. Quanto ao Niccolò, com os seus pizzicatos para a mão esquerda e outras inovações só possíveis para quem tinha e compunha para "mãos demoníacas", dos seus Caprichos e dos seus Concertos, só posso dizer: até os pelinhos púbicos se eriçam. Houve outro gajo, húngaro, coitado, que teve o mesmo problema no piano. Também era muito circence. Eu adoro ambos. Já quanto à poesia, António Aleixo não, obrigado, mas isso é para outros "peritos".

1:25 da manhã  

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