quinta-feira, julho 07, 2005

LÁGRIMAS



LÁGRIMAS

Quero chorar todas as mágoas da vida,
em lágrimas incontidas
de revolta e amargura.
Desabafar numa torrente de pranto,
os silêncios perversos
com que fui brindada
nos meus aniversários,
o ombro que não esteve,
para sentir que não estava só
naquela sala de espera de um hospital ,
às quatro da manhã,
enquanto uma filha agoniza,
e que farta de viver,
decidira passar para o outro lado.
Deixar cair lágrimas,
grossas e pesadas,
que abrem sulcos de dor e alívio
por aqueles momentos de ódio calado
que se espraiavam,
noite dentro,
pelos quatro cantos da casa.
Quero chorar.
Convulsivamente.
Berrar que nem uma louca
ao vento de inverno,
a impotência
perante a puta da vida.
E descansar mansamente,
molhada de tanta lágrima,
na quentura de uma manta velha,
ao calor da lareira.

4 Uivos:

Blogger Mocho Falante uivou...

o que vale é que depois de um mar de lágrimas vem um paz inexplicável, é como se fosse o cansaço a abrir-nos uma janela de tranquilidade

11:58 da tarde  
Blogger Caracolinha uivou...

Grande turbilhão de emoções...

Lembrei-me do provérbio chinês ...

«Jamais se desespere em meio às sombrias aflições de sua vida, pois das nuvens mais negras cai água límpida e fecunda...»


Beijo Grande

2:37 da tarde  
Blogger aDesenhar uivou...

"ufffffffa"
deixas-me sem palavras...
mas um belo e sincero sorriso chega para compensar.

:)))))))))

7:08 da tarde  
Anonymous Anónimo uivou...

Lindíssimo poema!!!!!
Não digo mais porque o "Mocho Falante" já disse tudo!

10:21 da tarde  

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