ARÍCIA ALBERTY
Do mundo em que vivo... olho,
por vezes, espantada,
crítica, trocista
mas, e sobretudo, indiferente.
Irremediavelmente indiferente
ao que passa lá fora.
Ao mundo,
às gentes com olhos de boneca
e eu metida em redoma de cristal.
Olho.
Não tenho nada a ver com essa gente.
Gente quootidianamente mesquinha.
Não tenho nada a ver com a inveja,
o atrevimento, a estupidez, o mal.
Não tenho nada a ver com ninguém,
com alguém!
Sou porque sou.
Lá no meu mundo
onde fiquei criança perdida
à procura, fechada,
receosa, vazia.
Na alma,
para dar só na continuação do que vem,
no que foi.
Elo apenas de uma cadeia
que é família, é rio,
é força que corre larga e firme.
Crio
e quando crio é porque crio.
Sou eu.
Toda eu.
Mulher e mãe.
E génio e dor e força.
Numa amplidão de azul
mar e esperança e solidão.
Aí... sou EU!
Arícia Alberty
1959
foto - maria de são pedro
2 Uivos:
Bela foto!
Gostei do poema. Não conhecia a autora nem a sua obra, mas gostei.
Deixo-te um beijinho
Maravilha!!!Jinhos para a Arícia!
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